Dezembro Laranja: cuidados com a pele precisam se redobrados nesta época do ano 6i38
Rodrigo Browne com assessoria
| 19/12/2024 às 15:02
Os dias ensolarados melhoram o humor e tornam mais prazerosas as atividades ao ar livre. No entanto, a falta de cuidados ao se expor ao sol pode trazer sérias consequências, sendo uma delas o desenvolvimento de câncer de pele. O Instituto Nacional de Câncer (Inca) aponta o tipo não melanoma como o mais frequente, com uma estimativa de 220.490 casos neste ano, dos quais 1.400 em Curitiba.
“É mais comum na população acima dos 50 anos, porém pode ocorrer em pacientes mais jovens”, afirma a oncologista Noelle Suemi Wassano, da Oncoclínicas Curitiba. A especialista frisa que um estudo da Universidade de Edimburgo (Escócia) e da Universidade de Zhejiang (China), publicado na revista científica BMJ Oncology no ano ado, destacou que nos últimos 30 anos houve um aumento de 79% na incidência de doenças oncológicas em geral na faixa etária abaixo dos 50 anos.
Em relação aos tumores que afetam a pele, a oncologista explica que eles são divididos em dois grupos principais: carcinomas e melanoma, sendo que este, embora mais raro, é grave e muito agressivo. Os carcinomas basocelulares se manifestam como uma lesão plana, firme, pálida ou como uma ferida que não cicatriza; e os espinocelulares possuem a aparência de um nódulo vermelho com crosta ou escama áspera, com crescimento semelhante a uma verruga.
“Na maioria dos casos, os carcinomas são resolvidos com cirurgia. Raramente podem ocorrer metástases, que são tratadas com imunoterapia ou quimioterapia”, destaca Noelle. “Já os melanomas surgem como uma pinta normalmente escura que muda de cor, tamanho ou textura ao longo do tempo. Trata-se de uma doença grave com elevado potencial de metástases”, complementa.
Nos estágios iniciais, os tumores são tratados com cirurgia, podendo ser seguida, ou não, de imunoterapia ou terapia alvo. Nos últimos anos, a terapêutica para a doença em estágio mais avançado teve um importante progresso, com o uso de combinações de imunoterapia, terapia alvo e quimioterapia.
O câncer de pele do tipo não melanoma é o mais frequente no país,commaior incidência na Região Sul, conforme dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca)
O ABC que identifica as lesões
A descoberta precoce do câncer de pele é primordial para que o tratamento seja bem-sucedido. Para tanto, é essencial prestar atenção a alguns sinais, como cita a oncologista:
– A: Assimetria – metades desiguais em uma pinta ou lesão;
– B: Bordas irregulares – contornos irregulares ou mal definidos;
– C: Cor – presença de várias cores ou tons em um único ponto;
– D: Diâmetro – maiores que 6mm;
– E: Evolução: mudanças nessa aparência ao longo do tempo;
Sempre que essas mudanças forem percebidas, é necessário procurar o dermatologista imediatamente para realizar a dermatoscopia, exame feito com um aparelho capaz de avaliar as alterações de maneira mais precisa. “Se houver suspeita de malignidade ou dúvida diagnóstica, a biópsia será indicada”, afirma a especialista.
Dicas de prevenção
– Evitar a exposição ao sol, sobretudo nos horários em que a incidência dos raios ultravioleta (UV) é mais intensa – entre 10h e 16h;
– Utilizar barreiras protetoras como chapéus de aba larga, roupas com proteção UV;
– Protetor solar deve ter no mínimo FPS (fator de proteção solar) 30, ser reaplicado a cada duas horas e utilizado na quantidade adequada – equivalente a uma colher de chá para o rosto e três de sopa para o corpo. A fotoproteção também deve ser utilizada em dias nublados, pois os raios UV atravessam as nuvens;
– Pessoas de pele, cabelos e olhos claros, e indivíduos com sardas, ou com história familiar positiva para câncer de pele formam a população de maior risco e precisam ter cuidado redobrado;