
Curitiba é a capital brasileira com o maior índice de mobilidade social, segundo o novo Atlas da Mobilidade Social Brasil, divulgado neste domingo (1º) pelo Instituto de Mobilidade e Desenvolvimento Social (IMDS). O estudo revela que quase 59% dos curitibanos nascidos em famílias de baixa renda conseguiram melhorar significativamente sua condição socioeconômica na vida adulta, um índice quase o dobro da média nacional, que é de 33,3%. 29434h
O estudo do IMDS também apontou que, em Curitiba, mais da metade das pessoas (55,9%) têm chance de superar a condição dos pais em pelo menos 10 pontos percentuais. Na avaliação nacional menos da metade das pessoas mais pobres (49%) têm o mesmo êxito.
As informações da análise feita no Atlas da Mobilidade Social vão ao encontro de outra pesquisa recém-publicada, a da “Classes de Renda no Rio”, elaborado pela Prefeitura do Rio de Janeiro, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (SMDE), que confirma o crescimento das classes de maior renda e redução dos estratos mais pobres em Curitiba, sendo a capital com maior participação da classe C do País, com 40,9% da população na classe média.
Mobilidade social em Curitiba 6m4326
Dentro do grupo mais pobre de Curitiba, 2,62% alcançaram o top 10% da renda na cidade, o terceiro melhor resultado entre todas as capitais do Brasil e o primeiro do Sul. Enquanto Florianópolis tem 2,1% e Porto Alegre 1,3%, apenas Goiânia (3%) e Brasília (2,8%) superam Curitiba nesse indicador.
Porém, a capital paranaense se destaca em outro critério: mais da metade (58,9%) dos filhos de famílias pobres conseguiram subir para a classe média ou alta, superando Goiânia (50,6%) e Brasília (46,7%)
O levantamento também apontou que a capital paranaense possibilita mais amplitude na ascensão da mobilidade social: 17,4% dos nascidos entre 2006 e 2010 em Curitiba avançaram para o grupo dos 25% mais ricos da cidade.
Nacionalmente, apenas 10,8% das crianças e adolescentes mais pobres conseguiram, na vida adulta, chegar aos 25% mais abastados do país.
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O Atlas da Mobilidade Social fez o levantamento de mobilidade intergeracional de renda, que é avaliação de chance de os filhos superarem ou não o nível de renda dos seus pais.
As estimativas apresentadas são mensuradas em uma amostra representativa da população adulta nascida entre 1983 e 1990, obtida por relacioná-la com seus pais. O estudo utiliza a renda formal de pais e filhos (como declarações de Imposto de Renda), combinada a modelos de Machine Learning para imputar rendas informais, com base em características socioeconômicas e demográficas apontados em pesquisas domiciliares do IBGE.
o a o:
- Para determinar a mobilidade intergeracional de renda, de cada cidade, o estudo separou as famílias que estavam na metade mais pobre na distribuição de renda familiar per capita entre 2006 e 2010;
- Dentre essas famílias, foram selecionadas aquelas com filhos ainda crianças ou adolescentes para a observação da renda familiar;
- Depois, foi analisada a renda dos filhos já adultos, entre 25 e 29 anos, no período de 2015 e 2019;
- Os dados dos dois períodos analisados foram comparados e calculou-se quais as chances de um filho de pais que estavam na metade mais pobre da população alcançar os seguintes patamares de renda: Chance de superar a condição dos pais em pelo menos 10 pontos percentuais; Chance de permanecer na metade mais pobre; Chance de alcançar a metade (50%) mais rica; Chance de alcançar o quarto (25%) mais rico; e Chance de alcançar o décimo (10%) mais rico.