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(Freepik)

A inspeção veicular no Brasil está ando por uma transformação histórica. A digitalização dos processos, agora exigida por norma, representa um avanço decisivo rumo a um modelo mais transparente, ágil e seguro de fiscalização. Com o Projeto Nuvem, do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), o setor entra em uma nova era de modernização, que a a ser obrigatória a partir de 13 de junho de 2025. 472267

A iniciativa visa aprimorar a qualidade e segurança das inspeções veiculares, especialmente, com foco em ações conjuntas entre o Inmetro, a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) e os organismos de inspeção veicular.

O engenheiro mecânico Daniel Bassoli, diretor executivo da Federação Nacional da Inspeção Veicular (FENIVE), explica que a mudança impacta diretamente os organismos de inspeção acreditados, uma vez que a nova diretriz do Inmetro exige que todos os registros e dados de inspeção sejam armazenados em nuvem, garantindo maior segurança da informação, rastreabilidade e facilidade em auditorias e fiscalizações.

Segundo Bassoli, trata-se de um marco no aprimoramento do controle técnico do setor. “A transformação digital não é mais uma opção. Ela se torna parte obrigatória das operações, elevando o padrão de qualidade e confiabilidade das inspeções realizadas no País”, afirma.

A medida está alinhada ao Ofício Circular n.º 1/2025 da CGCRE/Inmetro, que detalha os requisitos para adaptação formalizadas em norma técnica do instituto, e destaca a obrigatoriedade de cumprimento até o prazo final. Entre as exigências, está também a implementação de câmeras panorâmicas para registros visuais das inspeções, substituindo múltiplos equipamentos e otimizando a captura de imagens, salvo exceções previstas em norma.

Bassoli ressalta que os organismos devem buscar soluções integradas de TI com fornecedores de armazenamento em nuvem que sejam capazes de atender às especificações técnicas da norma. “Essa integração tecnológica precisa ser planejada e todos os organismos de inspeção estão cientes dos prazos e do cronograma. A estrutura deve garantir não só o arquivamento adequado, mas também a integridade e o o rápido aos dados em fiscalizações”, explica.

Além de atender à regulação, o projeto promete ganhos significativos na rotina dos profissionais da área, com redução de retrabalho, maior padronização e o remoto aos registros, o que será garantido nas próximas etapas da implementação, que só está começando. A digitalização, segundo Bassoli, também reduz riscos operacionais, como a perda de dados físicos ou falhas de controle em inspeções anteriores. “É uma forma de padronizar e qualificar ainda mais esse serviço que é essencial. Até agora, no Brasil, faltavam diretrizes claras para as empresas que executam esse tipo de serviço. Com o Projeto Nuvem, isso se torna uma realidade e ainda permite a formação de um valioso banco de dados do segmento”, analisa.

A FENIVE tem atuado como ponte entre os órgãos reguladores e os organismos de inspeção, promovendo orientação técnica e e para que todos os associados estejam preparados dentro do prazo. “Estamos comprometidos em apoiar nossos parceiros durante esse processo. A transformação digital trará não apenas conformidade legal, mas eficiência operacional e credibilidade ao setor como um todo”, reforça.

De acordo com Bassoli, a recomendação é clara: as empresas que ainda não se adequaram, devem iniciar imediatamente os ajustes técnicos e operacionais. O prazo de adaptação é curto, e o não cumprimento das exigências poderá comprometer a continuidade das atividades dos organismos de inspeção a partir de junho de 2025.